nº1(2007)

Um Olhar Diferente

A revista pode ser adquirida na Livraria ON-LINE Mare Liberum Editora, cujo endereço é: www.mareliberumeditora.pt (encontra-se em «revistas»).

Sumário

Uma nota prévia e um voto prospectivo (p. 7)

Armando Teixeira Carneiro

No ISCIA – Instituto Superior de Ciências da Informação e da Administração, de Aveiro, sempre nos considerámos, quanto ao modelo de gestão, como um centro de gestão de conhecimento de geometria variável.

De facto, com a criação de vários pólos de I&D+I, como, neste caso, o CPG – Centro Português de Geopolítica, pretendemos demonstrar que é através de estruturas abertas e flexíveis, investigando na interface de diferenciadas áreas científicas, com personalidades, de diversas origens e percursos, que se podem gerar novas perspectivas de investigação teórica e aplicada, novos conhecimentos.

É motivo de orgulho podermos acolher uma série de académicos e de militares de vários ramos das Forças Armadas, com provas dadas na área da investigação geopolítica, e de jovens que desenvolvem já importante actividade docente e de investigação.

Fomos a primeira instituição de ensino superior, em Portugal, a criar uma unidade curricular sobre geopolítica, com carácter transversal a todos os cursos de licenciatura. Os olhares diferentes que estes estudos geram vêm suprir manifestos défices nos conhecimentos básicos em geografia, história, sociologia e política, e têm catalisado…

Criação do CPG – Centro Português de Geopolítica e primeiras realizações (p. 9)

Em 29 de Junho de 2005 foi constituído pelo ISCIA – Instituto Superior de Ciências da Informação e da Administração, de Aveiro, um novo centro de investigação teórica e aplicada: o CPG – Centro Português de Geopolítica. A Sessão Solene do seu lançamento teve lugar no Anfiteatro do Museu Marítimo de Ílhavo nesse mesmo dia.

Passaram a constituir…

Em jeito de introdução… (p. 11)

José Manuel Freire Nogueira

 “(…)

Armando Marques Guedes traz-nos uma nova «Linha da Frente» que se estende dos Balcãs à Ásia Central, por onde passa uma nova política de «contenção». Será que o Ocidente está agora a construir o seu próprio Muro contra uma arena «hobbesiana» donde provêm grande parte das ameaças mas também grande parte dos nossos recursos energéticos?

 

Eu próprio discorro sobre a individualidade de Portugal face ao vizinho ibérico, com o qual temos hoje uma relação ímpar nos nossos quase nove séculos de História. Sondagens recentes – que como diria um político, valem o que valem – indicam, apesar de tudo, uma grande desilusão ou ignorância com aquilo que faz Portugal. O tema pareceu-nos oportuno.

António Silva Ribeiro fala-nos da relação do Portugal contemporâneo com o mar nas suas várias perspectivas: política, económica, ambiental, cultural e militar. Especialista em planeamento estratégico, traz-nos a sua visão estratégica do mar numa altura em que poderão estar na forja algumas mutações profundas. Um assunto a seguir com atenção.

António Horta Fernandes vem trazer à colação um dos mais velhos temas da geopolítica: a dicotomia entre as sociedades ditas «marítimas» e as sociedades ditas «continentais». Com a acutilância e o rigor intelectual que o caracterizam, conduz-nos de dúvida em dúvida até uma dúvida final. Um estímulo intelectual

Armando Teixeira Carneiro apresenta-nos uma nova e radical visão da relação entre «espaço» e poder, rompendo com os cânones clássicos. Num mundo globalizado e reticular, a informação e o conhecimento reforçam, de modo crescente, o softpower das nações e as redes ocupam lugar predominante. Defende que se está perante um deslizamento paradigmático e enuncia um novo modelo geopolítico em que as línguas são vectores de comunicação.

Carlos Manuel Mendes Dias, que tem tido um notável nível de publicações sobre o tema, revisita o pensamento de Karl Haushofer, relacionando-o com outros «grandes espaços» da actualidade: os comandos militares planetários dos EUA que, numa visão primeira, parecem replicar as Pan-Regiões da Escola de Munique.

Luís Tomé apresenta-nos um quadro revelador sobre aquilo que designa como «espaço pós-soviético», um espaço – e o seu pivot geográfico – em permanente reajustamento desde a implosão da URSS e cuja importância no grande tabuleiro mundial justifica plenamente o seu contínuo acompanhamento.

Maria do Céu Pinto traz-nos uma estimulante visão dos interesses dos EUA no Grande Médio Oriente. Especialista na área, leva-nos Às origens dos conflitos regionais, mostra-nos a sua evolução e faz-nos perceber porque a sua solução é tão difícil.

Na mesma área geográfica, Maria Francisca Saraiva faz uma análise da importância dos Montes Golã no conflito do Líbano. Os homens passam, a geografia mantém-se e este trabalho demonstra-o claramente. Com forças portuguesas na área, o interesse por este tema é, obviamente, renovado.

(…)”

 

 

 

A «Linha da Frente»? Do Sudoeste dos Balcãs à Àsia Central (p. 19)

Armando Marques Guedes

resumo

No contexto da modelização de dois “arcos de crise” apresentada por R. Asmus, S. Larrabee e I. Lesser em 1996, o artigo foca as distinções de fundo que importa operar entre o “eixo” vertical – que corre do Mar de Barents ao sudoeste dos Balcãs – e o horizontal – que parte daqui para a fronteira chinesa, na Ásia Central. Prioridade é dada ao último. Este segundo “arco” é visto mais como uma “faixa” do que como uma “linha” de riscos e tensões, e uma sua caracterização de pormenor (sincrónica e diacrónica) é esboçada. Ao longo da discussão, a modelização da frontline identificada, embora seja explicitamente geopolítica, é construída como multicausal.

palavras-chave

linha de frente, arco de crise, segurança energética, arquitectura de segurança, geopolítica

abstract

In the context of the 1996 modelling, carried out by R.Asmus, S. Larrabee and I. Lesser, of two “crisis arcs”, the present paper focuses on the major distinctions which must be operated between a vertical “axis” – one which runs from the Barents Sea to the Southwestern Balcans – and the horizontal one – which runs from here to the Chinese border in Central Asia. The last one is given priority. This second “arc” is seen more as a “band” than as a “line” of risks and tensions, and its somewhat detailed synchronic and diachronic characterization is carried out accordingly. Throughout, the modelling of the frontline thus identified, although explicitly geopolitical, is deemed multicausal.

keywords

frontline, crisis arc, energy security, security architecture, geopolitics

A Individualidade de Portugal: reflexões em torno de um velho tema (p. 77)

José Manuel Freire Nogueira

resumo

Portugal, como outras pequenas nações, tem visto a sua existência como Estado soberano frequentemente posta em causa. Em épocas de crise, esta dúvida, tem frequentemente influenciado, em especial, uma parte das suas elites. Mas Portugal tem as mais antigas e estáveis fronteiras da Europa e atravessou quase incólume as grandes tempestades da História. Tal não seria possível sem uma fortíssima individualidade. Qual a sua origem? Numa óptica multicausal, este artigo procura utilizar os métodos próprios da análise geopolítica para encontrar algumas das raízes dessa individualidade. Tendo um único vizinho na fronteira terrestre, esta individualidade tem, antes de mais, que ser encontrada face às várias Espanhas, nossas companheiras simultaneamente amadas e temidas, ao longo dum percurso multissecular. Às diferenças que se procuram ressaltar não é atribuído qualquer aspecto valorativo.

 

palavras-chave

individualidade cultural, fronteiras, língua, história, mentalidade continental, mentalidade marítima, poder, papel geopolítico

abstract

As several other small nations, the very existence of Portugal as sovereign state has been often questioned. In times of crisis, particularly a large portion of the social elites have been influenced by this lack of self confidence. But Portugal possesses the oldest and more stable political borders in Europe and could overcome almost unchanged the great storms of History. That would not have been possible without a very strong identity. Where does it come from? From a multifaceted point of view, this paper, by utilizing the analytical tools of geopolitics, aims at identifying some roots of that identity. Because Portugal has a single neighbour on its land borders, that identity has to be establisged first of all in comparison with the various versions of Spain – sometimes loved, always feared – which coexisted with Portugal in a centuries-long journey. No relative value is attributed to the differences highlighted.

keywords

cultural individuality, borders, language, history, continental character, maritime character, power, geopolitical role

Uma Visão Estratégica do Mar (p. 97)

António Silva Ribeiro

resumo

O artigo reflecte sobre como conferir um papel mais relevante aos oceanos na política nacional portuguesa, de forma a que a diferenciação e a eficácia daí resultantes, proporcionem vantagem competitiva ao país. Para isso, considera imperativo desenvolver as expressões políticas, económica, ambiental e militar da visão estratégica dos portugueses relativamente aos oceanos. Justifica esta necessidade pelo facto de a visão estratégica ser essencial para despertar as vocações, mobilizar as vontades e desenvolver um conceito integrado do uso do mar para Portugal.

palavras-chave

estratégia marítima, política marítima, economia do mar, segurança marítima, cultura marítima, ambiente marítimo

abstract

This article discusses the role of the Sea in Portuguese national policy, as well as the extent to which the Sea potentially provides for differentiation and efficiency, two key factors determining the competitive advantage of nations. It is argued that Portugal should concentrate further on the political, economic, environmental and military aspects of the Sea in the formulation of national strategies. Moreover, it is emphasized that a greater focus on the Sea is required to raise public interest, gather support and develop an integrated vision for sustainable use of the competititve advantage of Portugal.

keywords

maritime strategy, maritime policy, sea economy, maritime security, maritime culture, maritime environment

Reflexões sobre uma Dicotomia Geopolítica (p.113)

António Horta Fernandes

resumo

Com o presente artigo pretende-se reequacionar uma dicotomia que tem marcado muito do pensamento geopolítico contemporâneo, a saber: maritimidade versus continentalidade. Aquilo que se quer mostrar é que essa dicotomia é deficientemente escorada em termos epistemológicos, correspondeu a propósitos perfeitamente datados, decorrentes do tabuleiro internacional no começo do século XX e de modo algum pode ser projectada sobre o passado histórico europeu medieval e primomoderno. Para o efeito é igualmente realizado um estudo de caso, aplicado a uma obra historiográfica de grande fôlego, da autoria de Jorge Borges de Macedo, no qual se pretende desconstruir a mensagem de natureza geopolítica dicotómica que a obra em causa quer fazer transparecer.

palavras-chave

continentalidade, maritimidade, Mackinder, dicotomia, geopolítica, gnóstico, Borges de Macedo, Rússia, Portugal, Espanha

abstract

The present article aims to reequate a dichotomy that has much influenced the contemporary geopolitical thinking, for instance: maritime versus continental. What it aims to show is that this dichotomy is insufficiently supported in epistemological terms, corresponded to perfectly dated purposes, issued from the international tray of the beginning of the XX century and in no way can it be projected on the european medieval and early modern historic past. To this effect, it is also presented a case study, applied to a long breath historiographic work, by the author Jorge Borges de Macedo, in which conveyed the destruction of a message of a dichotomic geopolitical nature that above mentioned work means to show.

keywords

continentality, maritimity, Mackinder, dichotomy, geopolitics, gnostic, Borges de Macedo, Russia, Portugal, Spain

Modelo Geopolítico Reticular: a propósito de um novo modelo geopolítico sobre o                ciberespaço (p. 145)

Armando Teixeira Carneiro

resumo

 

O deslizamento paradigmático do conceito de geopolítica: dos modelos clássicos para o seu alargamento aos fundos oceânicos, por um lado, e da criação de novos modelos entrando em linha de conta com a nova envolvente reticular. A importância do softpower nos novos modelos reticulares. A língua como veículo de influência geopolítica. Dos mundos linguísticos fechados aos mundos linguísticos abertos. O posicionamento estratégico do espanhol e do português no futuro.

palavras-chave

modelos geopolíticos clássicos, redes de conhecimento, ciberespaço, Internet, web, governança da Internet, cartografia do ciberespaço, modelo geopolítico reticular, mundos linguísticos, lusofonia

abstract

The paradigm shifting of the geopolitical concept: from the classical models to their enlargements up to deep seas, by one side, and the rising of new models considering the new reticular environment. The softpower importance within the new reticular models. Language as influent geopolitical vehicle. From the closed linguistic worlds to the open linguistic worlds. The strategical positioning of the Spanish and the Portuguese languages in the future.

keywords

classical geopolitical models, knowledge networks, cyberspace, internet, web, internet governance, cyberspace cartography, reticular geopolitical model, linguistic worlds, lusophony

A Vingança de Karl Haushofer?… (p. 171)

Carlos Manuel Mendes Dias

resumo

No âmbito das perspectivas globais do pensamento geopolítico podemos encontrar o acervo reflexivo do General alemão Karl Haushofer, conotado como um dos autores do sustentáculo ideológico da expansão da Alemanha nazi. Um dos pilares conceptuais da teorização é o modelo de dinâmica de Poder conhecido como das Pan-Regiões, que preconizava a divisão do mundo em determinados agrupamentos continentais. A divisão do mundo em áreas de responsabilidade atribuídas aos comandos militares dos Estados Unidos da América, quando explanada em ambiente cartográfico remete-nos, por parecido e à primeira vista, para o modelo apresentado pelo oficial de artilharia alemão. O artigo que segue busca a existência da comunhão ou da diferença de traços definidores das concepções.

palavras-chave

Haushofer, Pan-Regiões, Comandos Militares EUA

 

abstract

 

Pointing the global geopolitics approaches, we can identify the main assumptions of the german General Karl Haushofer, who is considered by some, as one of the authors that conceived the ideological scientific basis of the nazi german expansion. One of those assumptions is the so-called «Pan-Regions model» and the inneherent map vision. The Outline Command Plan of the United States of America establishes five unified military commands with different areas of responsability, which induces, also, one possible “drawing” of the world configuration. The small text that follows aims to conclude about similarities or differences between the two conceptions.

keywords

Haushofer, Pan-Regions, North American Military Commands

O Grande Jogo Geopolítico nos Espaços do «Espaço Pós-Soviético» (p. 187)

Luís Tomé

resumo

A referência ao “espaço pós-soviético” descreve a área e os países resultantes da implosão da União Soviética, mas é forçoso reconhecer que sob esse chapéu podemos identificar vários “espaços”: países Bálticos, Europa Oriental, Cáucaso, Ásia Central, Federação Russa e as regiões do Mar Negro e do Mar Cáspio. A esta diversidade devem acrescentar-se as desconstruções resultantes da debilidade da CEI enquanto estrutura integrativa, da competição entre os “Novos Estados Independentes”, quer individualmente quer associando-se em múltiplas organizações e, em particular, da emergência da influência de “actores extra-regionais” (como a UE, os EUA e a NATO, mas também o Irão, a Turquia e a China) num contexto em que a Rússia procura reafirmar um estatuto imperial naquele vasto espaço. Consequentemente, nos espaços do espaço pós-soviético decorre um impressionante “Grande Jogo” geopolítico, nomeadamente entre o Ocidente e Moscovo: está em curso uma nova reconfiguração geoestratégica e novas “linhas de fractura” já se vislumbram na Eurásia.

palavras-chave

geopolítica, geoestratégia, Rússia, CEI, OTAN, UE, EUA, espaço Pós-Soviético, Europa Oriental, Ásia Central, Cáucaso

abstract

Under the umbrella concept of the “post-Soviet space” we could find several “spaces”: Baltic States, Eastern Europe, Caucasus, Central Asia, Russian Federation and Black Sea and Caspian Sea Regions. The weakening of the CIS as an integrative structure, open competition between the “Newly Independent States”, both as individual competitors and as smaller groups, and the increasing influence of “extra-regional actors (such as the EU, the US and NATO as well as Iran, Turkey and China) coinciding with and challenges Russia’s attempts to reclaim the status of imperial power have broken up the post-Soviet space into new geopoltical entities. Consequently, an impressive geopolitical “Great Game” is occurring in the post-Soviet space, particularly between Moscow and the West: a new geostrategic reconfiguration is currently under way and new “dividing lines” have already emerged in Eurasia.

 

keywords

geopolitics, geostrategy, Russia, CIS, NATO, EU, USA, Post-Soviet space, Eastern Europe, Central Asia, Caucasus

Os Interesses Geopolíticos dos Estados Unidos no Médio Oriente (p. 241)

Maria do Céu Pinto

resumo

Desde a II Guerra, os Estados Unidos têm mantido uma presença activa no Médio Oriente por uma série de razões de ordem geo-estratégica. No período pós-Guerra, os Estados Unidos definiram os seus interesses no Médio Oriente como: o acesso aos recursos petrolíferos do Golfo; a defesa do Estado de Israel e a resolução do conflito israelo-árabe; a manutenção de uma situação sócio-política favorável aos Estados Unidos, nomeadamente através do apoio concedido a Estados árabes com uma orientação pró-americana. A estas prioridades deve-se acrescentar aquela que, juntamente com a questão petrolífera, foi, durante o período da Guerra-Fria, a principal razão para a intervenção dos EUA na zona: a necessidade de conter o alastramento da influência soviética.

palavras-chave

Estados Unidos, Médio Oriente, petróleo, comunismo, Golfo Pérsico, Islão

abstract

The dominant concern of American foreign policy in the immediate post-war period was finding effective ways to check Soviet expansionism. A related interest was the maintenance in power of pro-American regimes whose stabilising role, position regarding the peace process and pro-Western orientation elevated them to the position of regional allies. American interest in the oil resources of the Middle East developed after World War I. The Persian Gulf region has since the enunciation of the Nixon Doctrine become the focal point of U.S. concerns in the Middle East due to the importance of its oil resources. The interrelated objectives required the development of effective tactical doctrines to attain the designated goals. Further, the U.S. interest in and resolve to assure the survival and security of Israel, together with the termination of the Arab-Israeli conflict are deeply rooted in history and have been consistently reaffirmed by every administration since Truman. However American commitment in the defence of the parties’ concerns in the framework of the so-called “peace process” has been highly unbalanced and biased.

keywords

USA, Middle East, oil, communism, Persian Gulf, Islam

 

 

 

Geopolítica e Geoestratégia dos Montes Golan (p. 259)

Maria Francisca Saraiva

resumo

Este artigo analisa a situação geopolítica no Próximo Oriente criada pelo conflito no Líbano (2006). Os Montes Golan continuam no centro das tensões entre Israel e a Síria, mas a intervenção israelita no sul do Líbano contra as forças do Hezbollah pode alterar os equilíbrios e oferecer uma oportunidade para a pacificação das relações entre os dois países. Israel está presentemente num dilema de segurança; deseja a paz com o vizinho, mas teme perder os recursos hidrológicos existentes nos Montes Golan e receia perder este glacis defensivo, peça fundamental num cenário de invasão das tropas sírias vinda de Damasco. Israel deveria equacionar restituir os Golan à Síria, caso consiga consolidar a sua parceria com a Turquia e com o Líbano. Da Turquia, Israel pode importar água e também petróleo e gás provenientes do Mar Cáspio. Em relação ao Líbano, só um Líbano estável e pacificado pode garantir a passagem dos gasodutos e oleodutos em condições de segurança.

palavras-chave

Próximo Oriente, Rio Jordão, Montes Golan, hidropolítica, disputas territoriais, Líbano

abstract

This article analyses the current geopolitical environment in the Middle East (in what concerns Lebanon, Syria, Israel and the Palestinian Territories) in the context of the Lebanese conflict (2006). As always, the main problem is centered in Israel and Syria dispute around the Golan Heights, but presently, there is a peace opportunity offered by the settlement between Hezbollah and Israel. Nevertheless, Israel faces a security dilemma. On one hand, it is eager for peace in its long troubled history; on the other, giving away the Golan Heights means loosing its major source of fresh water, and its most important surveillance point to keep Syria from invading. Israel should consider full withdrawal from the Gokan Heights. Although the returning of the territories could be a risky move, Israel is able to find good solutions through partnerships with Turkey and Lebanon. From Turkey,  Israel can get supply of fresh water and oil and natural gas from the Caspian Sea. From Lebanon they need the assurance of stability, to guarantee the passage of the pipelines.

keywords

Middle East, Jordan River, Golan Heights, hydropolitics, territorial disputes, Lebanon